Pé de goiaba
Assim como a maioria das árvores de nosso quintal, a goiabeira começa a florescer na primavera. Porém, logo quando os dias frios se vão, já percebe-se um perfume cítrico no ar.
É um prenúncio da natureza de um novo ciclo de vida que se inicia. Como um despertar, toda a fauna à sua volta vibra. O gambá Timboo, em especial, se agita um pouco mais, como que encantado com o perfume das flores da goiabeira.
Inquieto, ele passa os seus dias cercando a árvore, protegendo-a e admirando tamanha beleza do desabrochar de suas solitárias flores branquinhas, uma a uma, até a chegada do verão!
Ah, o verão! Aí sim, surgem os primeiros frutos da goiabeira! Época em que o pequeno Timboo mais gosta e se diverte. Junto com o espírito guardião das matas, eles sempre inventam formas de saborear essa fruta de um jeito diferente.
No quintal do Sô Mário, um casal cervejeiro se prepara para mais um dia de produção, com seus lúpulos selecionados e desta vez experimentando a levedura Kveik, aquela, de origem norueguesa, que proporciona uma fermentação mais rápida. Tudo pronto para começar o dia, os jovens ainda carregam consigo aquele aroma gostoso vindo da goiabeira, de jeito de secar a boca. Que estranho! Não é uma sede comum, dessas que se sacia com água. O casal parte então para a fábrica e inicia os processos.
Mesmo sem nem prová-la, aquele aroma impregnou de tal forma, que o gosto da goiaba permaneceu não só no paladar, mas na mente deles.
Seria esse um sinal? Uma ideia de uma possível harmonização com suas cervejas? Talvez. A sua Porter é uma boa pedida para acompanhar várias sobremesas.
O Timboo, acompanhando tudo isso, se deparou com a situação perfeita para aprontar e experimentar as suas preciosas goiabinhas de um jeito inédito. Selecionando as mais suculentas do pé de goiaba, o gambazinho esperto e ágil como só ele, aprendeu cada etapa dessa receita, só observando de longe a arte de seus amigos cervejeiros.
Passado algumas semanas, descansando debaixo da goiabeira, num fim de tarde ensolarado, o casal notou algo brilhando bem lá em cima, na copa da árvore. Sem entender direito o que era aquilo, pensaram talvez ser uma espécie rara de ave? Horas depois, ainda incomodados com aquilo, eles arrumaram um jeito de subir na árvore e para surpresa de todos, descobriram algo absurdamente curioso, como uma colmeia, que ao invés de mel, continha um líquido de cor rosada, aroma cítrico e textura aveludada.
Encantados com aquilo, provaram e logo no primeiro gole, ao sentir aquele gosto tão peculiar e refrescante, tiveram certeza de que, aquela goiabeira em seu quintal, tinha sim uma conexão ímpar com a natureza.
A poucos metros dali, o pequeno Timboo se deliciava com um sorriso largo com sua mais nova fruit beer, Goiabinha, fruto de mais uma artimanha com a mãe natureza. Certamente, os próximos verões nunca mais serão os mesmos para o gambazinho e para os fiéis apreciadores de uma cerveja especial.